quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

7 de paus

A suprema felicidade da vida é a convicção de ser amado por aquilo que se é, ou, mais correctamente, apesar daquilo que é." (Victor Hugo)

Quando é que conseguimos atingir este patamar de discernimento? Quando nos amarmos seriamente. Aquela máxima já muito usada do “só podemos ser amados se nos amarmos”, é absolutamente verdadeira. Mas nós procuramos o amor nos outros e nas coisas. Nós tentamos colmatar as carências buscando externamente o que temos de sentir internamente. Enquanto não pararmos essa busca irracional vamos continuando a sofrer desilusões, porque os outros nunca nos vão amar da forma como nós queremos, precisamos, merecermos ou idealizamos. No momento em que nos sentirmos plenos, pode ter a certeza de que a pessoa certa surge. Há que acreditar. Vera Xavier

O amor esta no ar

Depois de sair de Londres para seguir o seu desejo de mudar de vida, Ceri D'Altroy jura abandonar definitivamente as suas manias de casamenteira. Isto porque parece que a sua simples presença acaba por incentivar as pessoas que encontra pelo caminho a mudar de vida.No seu novo emprego, conhece Ed que decidiu declarar o seu amor por uma mulher que o enlouquece; Mel e Claudine, dois amigos de longa data que resolvem iniciar um romance ilícito; e Gwen, a chefe de departamento que é uma fumadora compulsiva e esconde um segredo profundo e sombrio que só quer partilhar com a sua nova funcionária.Quem entra em contacto com Ceri, nunca mais volta a ser o mesmo.Será ela o Cupido dos tempos modernos?

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Miss Glitering

Há pessoas que olham para o Amor de uma forma comodista. Para estas pessoas não é importante o amor que se tem ao outro, mas o que o amor do outro lhes pode trazer de bom. Mantém-se nas relações por questões práticas e utilitárias, e pouco lhes importa se o outro é feliz ou não. Fingem-se de mortas quando a conversa sobre os pontos nos i's não lhes interessa, e desde que dê para ir mantendo as aparências e as conveniências (delas mesmas) está mais que bom. Mudar para quê? Falar o quê? Tentar o quê? O bom é que tudo encaixe, que esteja tudo à mão, certinho e direitinho, que niguém chateie com novos planos ou novos sonhos. Não. Mudar dá trabalho, inovar numa relação é coisa de gente maluca.


Depois, um dia, quando acordam e olham para o lado, percebem que tudo o que deram como garantido já era. Por uma razão muito simples: porque falamos de Pessoas e não de animais de estimação, que com mais ou menos festas no pêlo, mais ou menos idas à rua para passear e apanhar ar, mais ou menos ração por dia, mais ou menos idas ao veterinário, se mantêm sempre fiéis. Afinal, para estes últimos, não existe outra alternativa, mesmo que quisessem, mesmo que não se sentissem amados e desejados. Permancem porque tem de ser.
Tem de ser? Viver assim é ter a vida controlada e a vida é demasiado valiosa para ser manipulada como se de um qualquer jogo de PSP se tratasse.


E quem é que nos dias que correm dá alguma coisa como garantida? E se estivermos a falar de Pessoas? Desde quando é que alguém, emocionalmente inteligente, dá como garantida uma pessoa na sua vida? O tempo (de idade, de relação, de experiência, de competências maritais e, até, parentais) não é sinónimo de maturidade. Nunca foi e nunca será.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Miss Glitering

"as mulheres aprendem a observar nos outros aquilo a que mais tarde chamam intuição. é uma qualidade quase exclusiva do foro feminino e é por isso que os homens que também a possuem chegam mais longe. a essa capacidade de antecipar a realidade, de ler no olhar uma subtileza, de interpretar a vontade e o medo nas batidas de um coração, os homens chamam-lhe instinto, as mulheres, intuição. é a intuição que diz a uma mulher que está a gerar uma criança mesmo antes de fazer o teste da gravidez, que indica os caminhos do coração quando a dúvida se instala, que lhe diz quando deve lutar por um homem ou desistir dele. é uma espécie de mapa interior, de guia invisível, de alarme adiantado à inevitabilidade da vida. a estes sinais, dados pelo acaso, por um centésimo de segundo de silêncio ou na troca furtiva de um olhar, é preciso interpretar o que sente e a partir daí perceber o que pode acontecer."

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Solidão

"A solidão existe e, ainda por cima, é constitutiva e faz parte. Mas, porque se trata de um sentimento, não é modificável no exterior. À solidão externa chama-se isolamento, e tem remédio. À solidão como sentimento, a tal que desespera, a tal que engelha a pele e a alma, não há pessoas que cheguem, não há festas que disfarcem, não há afectos que calem.
A solidão mais terrível, mais dorida e arreigada é sempre aquela que, inscrita em nós, nos impede de amar os outros e de os deixar ocupar espaço dentro de nós. E dessa, só nós temos, além do mal, a cura."
in "o palhaço voador"