quinta-feira, 25 de março de 2010

Cartas ao Amor... que nunca chegou

Histórias
A nossa história podia ter dado um livro.
Um livro tal qual esses livros de amor, com final feliz (sim, porque eu acreditei sempre que podíamos ter o nosso).
Escrevo-te sempre que me chegas à lembrança e isso só significa que ainda não me esqueci de ti.
Sei que isso é mau, mas não consigo largar este vício de ti. Esta vontade de te ter em mim, do teu abraço, do teu toque tão subtil, da tua simplicidade em nós.
Ás vezes apetecia-me recuar no tempo só para os meus lábios tocarem nos teus outra vez..sabes?
" Trago-te um beijo prometido, sem o teu cheiro mergulho no tempo..."

Finais In(Felizes) I
Eu podia ter-me apercebido que essa distância seria um adeus.
Que essa falta de resposta e de intenção significava desinteresse mas...o amor era mais forte que os sinais que me enviaste.
Nos teus olhos estava espelhado que não era eu a tal. Nos teus gestos frios e abraço seco, estava tudo bem retratado em detalhe.
Fugi disso, fugi disso tudo com medo de passar tudo de novo. Fugi de cair de novo numa desilusão amorosa, adiei o previsivel e inevitavel.

Maça e Canela

quarta-feira, 24 de março de 2010

Amar?

Quantos de nós conhecem aqueles que dizem amar? Quantos podem dizer que navegam realmente, sem mapas de rotas estreladas, na alma daquele/a que dizem amar, que lhe conhecem as veias do coração, os segredos que se aninham nas palavras não ditas, as virtudes engrandecedoras e os defeitos de fabrico que nos empenhamos por varrer para debaixo do tapete?

Quantos não vêm apenas o que desejam, não constroem cavaleiros de capa e espada que não são mais que fantasmas sem carne nem osso que se toque, damas antigas de rosto pintado com rouge e virtudes apregoadas pelas casamenteiras de época...?

Quantos de nós se mostram ao outro sem fantasias, nús de rosto, alma e pensamento, de corpo aberto e livre de pudores, medos ou simulações... simplesmente sendo quem somos, sem reservas?

Como sustenta a frase de Baba Dioum, ama-se aquilo que se conhece. E conhece-se o que nos é ensinado. Conhecer consome tempo, carinho, paciência, adaptabilidade, generosidade, respeito pela diferença, inexistência de pre-conceito... conhece-se através da alegria, da partilha, do sabor, do toque, mas também das lágrimas, do desespero, do medo, da raiva, da tristeza... porque somos o somatório de muito, e muito de nós revela-se na necessidade.

Dizer "amo-te" é quase demasiado fácil. Senti-lo realmente a ressoar no interior quando o dizemos, um sentimento claro, simples, verdadeiro, honesto... é muito mais raro.



Laranja no Preto by Mag

Amar?

Quantos de nós conhecem aqueles que dizem amar? Quantos podem dizer que navegam realmente, sem mapas de rotas estreladas, na alma daquele/a que dizem amar, que lhe conhecem as veias do coração, os segredos que se aninham nas palavras não ditas, as virtudes engrandecedoras e os defeitos de fabrico que nos empenhamos por varrer para debaixo do tapete?

Quantos não vêm apenas o que desejam, não constroem cavaleiros de capa e espada que não são mais que fantasmas sem carne nem osso que se toque, damas antigas de rosto pintado com rouge e virtudes apregoadas pelas casamenteiras de época...?

Quantos de nós se mostram ao outro sem fantasias, nús de rosto, alma e pensamento, de corpo aberto e livre de pudores, medos ou simulações... simplesmente sendo quem somos, sem reservas?

Como sustenta a frase de Baba Dioum, ama-se aquilo que se conhece. E conhece-se o que nos é ensinado. Conhecer consome tempo, carinho, paciência, adaptabilidade, generosidade, respeito pela diferença, inexistência de pre-conceito... conhece-se através da alegria, da partilha, do sabor, do toque, mas também das lágrimas, do desespero, do medo, da raiva, da tristeza... porque somos o somatório de muito, e muito de nós revela-se na necessidade.

Dizer "amo-te" é quase demasiado fácil. Senti-lo realmente a ressoar no interior quando o dizemos, um sentimento claro, simples, verdadeiro, honesto... é muito mais raro.



Laranja no Preto by Mag

segunda-feira, 1 de março de 2010

Para que o amor possa resultar.

Para uma relação amorosa resultar é necessária a combinação de três factores, aparentemente óbvios, mas que na prática se tornam difíceis de reunir. O primeiro passa por duas pessoas gostarem uma da outra em todos os sentidos em que o verbo se pode conjugar. Gostar como amar, como desejar, como proteger, como respeitar. Depois, é preciso que se entendam. O entendimento pode ser natural, tácito ou treinado, mas tem de existir. Duas pessoas que até se amam apaixonadamente, se não se entenderem, não chegam a lado nenhum.
E por fim, de preferência, que sejam do mesmo género. Que tenham afinidades suficientes para que não precisem de estar sempre em briefing. É quando sentimos que estamos a jogar em casa e tudo se encaixa naturalmente, mesmo na fase embrionária, cristalizada para sempre nos momentos em que entramos em identificação com o outro. Coisas tão triviais como falar a mesma língua, ter lido os mesmos livros, ouvir a mesma música, seguir o mesmo lifestyle, pertencer à mesma teia social, pegar nos talheres da mesma maneira, ter a mesma lista de palavras proibidas.
MRP