terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Miss Glitering

Há pessoas que olham para o Amor de uma forma comodista. Para estas pessoas não é importante o amor que se tem ao outro, mas o que o amor do outro lhes pode trazer de bom. Mantém-se nas relações por questões práticas e utilitárias, e pouco lhes importa se o outro é feliz ou não. Fingem-se de mortas quando a conversa sobre os pontos nos i's não lhes interessa, e desde que dê para ir mantendo as aparências e as conveniências (delas mesmas) está mais que bom. Mudar para quê? Falar o quê? Tentar o quê? O bom é que tudo encaixe, que esteja tudo à mão, certinho e direitinho, que niguém chateie com novos planos ou novos sonhos. Não. Mudar dá trabalho, inovar numa relação é coisa de gente maluca.


Depois, um dia, quando acordam e olham para o lado, percebem que tudo o que deram como garantido já era. Por uma razão muito simples: porque falamos de Pessoas e não de animais de estimação, que com mais ou menos festas no pêlo, mais ou menos idas à rua para passear e apanhar ar, mais ou menos ração por dia, mais ou menos idas ao veterinário, se mantêm sempre fiéis. Afinal, para estes últimos, não existe outra alternativa, mesmo que quisessem, mesmo que não se sentissem amados e desejados. Permancem porque tem de ser.
Tem de ser? Viver assim é ter a vida controlada e a vida é demasiado valiosa para ser manipulada como se de um qualquer jogo de PSP se tratasse.


E quem é que nos dias que correm dá alguma coisa como garantida? E se estivermos a falar de Pessoas? Desde quando é que alguém, emocionalmente inteligente, dá como garantida uma pessoa na sua vida? O tempo (de idade, de relação, de experiência, de competências maritais e, até, parentais) não é sinónimo de maturidade. Nunca foi e nunca será.

1 comentários:

Nelson Soares disse...

As últimas duas frases são absolutamente magistrais...


Stay Well

Enviar um comentário