quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ter ou não um filho?

Na procura de leitura que de alguma forma não me obrigue a desligar, deparei-me com Jorge Bucay. Já falei do anterior livro que li, Amar de Olhos Abertos. Agora estou a ler a sua última obra que se intitula: As 3 perguntas: Quem sou? Onde Vou? Com quem?.
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Tenho como hábito marcar o cantinho das páginas quando encontro algo que me marca particularmente. Este autor tem a particularidade de transformar em acordeão os seus próprios livros :)!
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Havia algo que me interrogava há imenso tempo. Porquê e para quê ter filhos? Porquê da existência dessa vontade, dessa necessidade quase obrigação. E de repente eis a resposta:
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"O amor que se tem por um filho não é igual ao amor que se tem pelas outras pessoas. Com uma filha ou um filho acontecem situações únicas. Não apenas os amamos incondicionalmente como além disso os amamos de um modo diferente, amamo-los como se fossem uma parte de nós mesmos.
Esta sensação auto-referencial creio-a comum a todos os pais e é induzida pelo instinto que nos leva a cuidar dos nossos filhos e a protege-los sem pensar e que, de algum modo, nos incitou a concebe-los. O instinto da preservação da espécie, para lá do nosso desejo consciente, origina em cada um uma certa "necessidade" de ter filhos ou uma certa insatisfação ao não os ter.
Se fizermos uma análise fria e imparcial de tudo isto, fica claro que, se estivéssemos totalmente satisfeitos com a vida que temos, se tudo aquilo que tivéssemos fosse suficiente, se não sentíssemos a vontade de nos transcendermos ou o desejo de nos realizarmos como mãe ou pai constituindo uma família, possivelmente não teríamos filhos.
Trata-se de uma necessidade - seja ela uma questão de educação, uma questão cultural ou pessoal - aquilo que nos motiva a tomar a decisão de ter um filho."
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E fez-se luz para mim!

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