quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Notas para aquele que procura, em momentos de luto

Em primeiro lugar permita-se sentir mal, necessitado, vulnerável. Não se faça de forte, não guarde tudo para si mesmo.
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Com o tempo, se continuar em frente, a dor e o medo irão diminuindo. Se alguma coisa consegue consegue tornar o caminho mais fácil é exactamente encontrar a maneira de nos permitirmos sentir e expressar a dor, a tristeza, a raiva, o medo do futuro. Percorrer o caminho de uma ponta à outra é condição necessária para nos encontrarmos a nós mesmos.
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Permita que o pranto se manifeste caso chegue aos seus olhos. É prerrogativa sua chorar tudo aquilo que sentir. Possivelmente sofreu um duro golpe, a vida surpreendeu-o, não souberam compreendê-lo, o outro partiu e deixou-o sozinho. Nada de mais pertinente que o regresso à nossa antiga capacidade de chorar o desgosto que sentimos, de gritar a nossa dor, de lamentar a nossa impotência. Não esconda a dor. Partilhe o que está a viver com os que se encontram mais próximos. Talvez não sejam os seus companheiros de percurso definitivos, mas são aqueles com quem partilha este troço da vida. A família, os amigos, um desconhecido, um professor. Chorar é algo de tão exclusivamente humano como rir. O pranto actua como uma válvula libertadora de tensão interior. Podemos fazê-lo sós, se tal for a nossa escolha, ou com outros que também chorem. Quando nos dói o interior da alma, nada melhor do que chorar.
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Não guarde tudo para si com receio de cansar os outros ou de os aborrecer. Procure as pessoas com as quais pode expressar o que sente. Poderá parecer-lhe impossível de acreditar, mas é verdade o que dizem: Em conjunto, as penas dividem-se, as alegrias multiplicam-se!

1 comentários:

irineu xavier cotrim disse...

estão guardando- e o pior criando bolor.

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